segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Em tempos de crise, Design não é perfumaria

Temos que nos tornar essenciais, para o cliente jamais esquecer que design é essencial. Vamos nos livrar do que é supérfluo em nosso discurso e focar onde realmente nosso trabalho é relevante e faz a diferença.

Apesar da evolução da atividade, o estigma de que o design é supérfluo resiste em alguns setores. Nas últimas semanas, as empresas têm anunciado cortes de investimentos, férias coletivas e colocado as barbas de molho. Vendo por esse lado, não é improvável que a pecha de design = perfumaria possa voltar a dominar o discurso empresarial.
Essencial para as empresas, além de sobreviver à crise, é continuar a ter lucro, que é o combustível da economia real. Além disso, em algumas companhias a diferenciação, a busca de alternativas e a criatividade também são consideradas essenciais, mesmo que sejam com volume menor de investimentos. Ou seja, temos que nos encaixar nessa relação de sobrevivência e inovação.
A torneira está fechando mais um pouco e vamos ter que rebolar para nos adaptar a esse cenário (ainda mais) incerto. E é nele que temos que focar nossa atenção para poder traçar alternativas para os clientes. Além de fazer mais com menos, temos que gerar resultados que não despertem dúvidas. Entender o que se passa, como e por que chegamos a esta situação é o mínimo para a sobrevivência. Para além disso, temos que nos tornar essenciais. E para chegar nisso temos que fazer nossa lição de casa e nos livrar do que é supérfluo em nosso discurso e focar onde realmente nosso trabalho é relevante e faz a diferença para nossos clientes.
O design é parte do cenário econômico e cultural de uma sociedade e sua importância não pode ser minimizada por fatores conjunturais. O ciclo mundial de crescimento será interrompido, mas a evolução de mentalidade e gestão que as empresas brasileiras experimentaram serão descartadas?
Imagino que seja tentador para muitas delas, mas é provável que apenas uma pequena parte abandone totalmente práticas que proporcionaram a elas surfar no crescimento econômico mundial (mas seria ótimo que atividades especulativas fossem abandonadas de vez, certo?).
Ficou mais difícil? Um pouco. Mas lembre-se: essencial é investir na relevância de seu trabalho. Do contrário, vira supérfluo. O limão ficou menor, mas ainda dá pra fazer uma limonada.

(Fonte: Webinsider)

Portfolio, portifólio e portfólio… qual a grafia correta?

Pouca gente tem firmeza na hora de escrever esta palavra tão usada em agências. É com i ou sem i? Tem acento? Nem o Word sabe. Veja a origem do termo e considere usar porta-fólio.

Pois é, mais um termo que gera confusão. Afinal, o que a gente carrega debaixo do braço ou publica virtualmente em nossas “pages” tem acento? Tem “i”? Bom, ainda que o que interesse mesmo seja o conteúdo, vamos pesquisar e definir a forma.
Segundo o dicionário publicitário online, a palavra significa: 1. Conjunto de marcas, produtos e serviços de uma empresa. 2. Conjunto das contas de uma agência, produtora, fornecedor ou profissional. 3. Conjunto dos títulos de uma editora e de programas de uma emissora de rádio e TV.
No italiano moderno a palavra se tornou portafoglio e no inglês portfolio. É curioso o fato de em português utilizarmos portfólio ou portifólio ao invés de porta-fólio, que é o correto e o mais natural na latinização moderna da palavra.
Enfim, a expressão portfólio é claramente ligada ao anglicismo, com o aportuguesamento caracterizado pela inclusão do acento na letra “o” pois se trata de uma paroxítona terminada em ditongo oral.
Use portfolio e porta–fólio. Evite portfólio e portifólio
O vocabulário da propaganda utilizado no Brasil é excessivamente influenciado pelas expressões inglesas, numa referência ao trabalho desenvolvido pelos norte–americanos na construção dos modelos e referências desta área.
Assim, a palavra portifólio é usada - mas não conta nos dicionários Aurélio, Houaiss ou Michaelis, onde a grafia certa é “porta-fólio”. Esta, portanto, é a adequada quando se busca de uma identidade nacional para se utilizar o termo.
“Portifólio” talvez seja usado por uma questão fonética, afinal soa bem estranho a pronúncia da alternativa portfólio com o “t” mudo. Mas não consta dos dicionários que citamos.
Como se trata de uma palavra de utilização restrita no segmento artístico e de comunicação, é natural que se encontre uma ausência de conceituação até em dicionários renomados, prevalecendo a definição leiga que utiliza indiscriminadamente as duas formas: portfólio ou portifólio.
Você pode usar “portfolio” e “porta-fólio” e deve evitar portifólio. Só não esqueça da qualidade do conteúdo

(Autor: Luiz Gonçalves - Aliás Comunicação)

O que é Branding afinal?

O termo branding é mal compreendido e está sendo usado para explicar qualquer coisa. No entanto, atrair consumidores para a sua marca é o trabalho mais relevante que um profissional de marketing pode fazer.

De uns tempos para cá, em toda parte começou a aparecer o termo branding, a buzzword preferida dos marketeiros. Tudo é uma questão de branding, ações de marketing viraram ações de branding, as justificativas de se estourar o orçamento deste mês são, sem dúvida, um problema de branding, e até algumas agências de design viraram agências de branding.
No começo desse mês, eu li no Branding Strategy Insider esse post, que fala sobre como o branding está precisando trabalhar no seu próprio branding.
Eu explico. O abuso do termo não é exclusivo dos brasileiros, e tem causado irritação e frustração nos outros profissionais (que não os de marketing) nas empresas. Porque na prática, como o termo branding está sendo usado para explicar qualquer coisa, tem virado piada e sinônimo de blá-blá-blá. Quando foi que a palavra virou algo misterioso que não sabemos bem a que se refere?
Uma marca ou brand é a percepção dos consumidores sobre um produto, serviço, experiência ou organização. Não o que os profissionais de marketing pensam que a marca é, mas o que ELES, os consumidores acham que ela é.
Portanto, por princípio, não existe marca em um escritório de design. Ou num boardroom. A marca está nas ruas, nas casas, sendo vivida e experimentada. O design, o sistema de identidade de uma marca, é sim, importantíssimo, crucial. É a estratégia em forma visível, como dizia o pioneiro Wally Ollins. Mas não é a totalidade do que é a marca.
Para a American Marketing Association, branding não é fazer com que um consumidor escolha uma marca ao invés da marca concorrente. É fazer com que um potencial consumidor perceba a marca como a única solução para o que ele busca. A única escolha lógica para o que ela está oferecendo. Branding é um sistema de comunicação que deixa claro porque a marca importa. É achar e comunicar algo que atraia os consumidores para a marca, ao invés de você ter que caçá-los de modos, algumas vezes, bem caros.
E não adianta ser apenas diferente. Diferente é ótimo, claro. Nossa atenção vai direto para o que é diferente. Tem que ser relevante. Tem que ser solução. E não porque eu digo, mas porque o consumidor, o usuário está dizendo.
Branding é atrair esses consumidores para a sua brand. É o trabalho mais relevante e de maior ROI que um profissional de marketing pode fazer. Branding te faz saber o que dizer antes mesmo de que você abra a boca. Portanto o diretor financeiro tem que cobrar o bom branding, porque ele aumenta as chances de retorno do investimento na marca. E não ter medo de quando o diretor de marketing usa a palavra de modo enigmático.
Da próxima vez que ouvir o termo mal-utilizado, passe a mensagem para frente. Pergunte o que o consumidor achou. Pergunte como isso torna a marca a escolha lógica. Como isso atrai os consumidores para que não se tenha que caçá-los. Para que quando formos falar de branding, falemos de verdade, que o assunto é importante.

(autora: Monica Sabino / fonte: WebInsider)